sexta-feira, 11 de agosto de 2017

História da Revista




História da Revista
      
As primeiras revistas chegaram no Brasil em meados do século XIX, junto com a corte portuguesa. No entanto, a primeira revista brasileira chamada “As Variedades ou Ensaios de Literatura” só veio a ser lançada no ano de 1812 em Salvador e imitava os modelos das revistas estrangeiras. As suas publicações traziam novelas de gosto comum, fragmentos de história antiga e moderna e discursos sobre costumes e valores sociais, além de artigos de estudos científicos e textos de autores clássicos portugueses.

Posteriormente, com a ajuda da elite intelectual, surgem novas revistas. Algumas merecem destaque como “O Patriota” em 1813, Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura, em 1822, ambas lançadas no Rio de Janeiro. Em 1827, surge o ramo de revistas segmentadas, ou seja, que são especializadas em um gênero, com o lançamento da revista “O Propagador das Ciências Médicas” com temas voltados para medicina e “Espelho de Diamantino”, a primeira revista feminina brasileira. Esta tratava de assuntos variados como arte, política e moda, de forma simplificada.

No século XX, a revista evolui e passa a publicar fotos em suas edições, dando lugar à revistas ilustrativas. Em 1928, é lançada a revista Cruzeiro pelo jornalista Assis Chateubriand, com publicações mensais. Ela enfatizava grandes reportagens com apelo para as imagens, aproximando o fotógrafo do fato e utilizando recursos do fotojornalismo. Em suma, a revista trazia os principais fatos jornalísticas da semana, variedades e os avanços tecnológicos no mundo pós primeira guerra, unido à uma boa diagramação, edição e ilustração. Após poucos meses de seu lançamento, Cruzeiro já era um sucesso de vendas, atraindo um público variado de leitores.

Em 1940, a revista “Diretrizes” era a principal concorrente de Cruzeiro, principalmente pelos bons profissionais que compunham a redação da revista. Ela tinha como foco principal a política e se posicionava contra o regime de Vargas em pleno Estado Novo. Por esse motivo, muitas de suas matérias geravam atritos com o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda implantado por Vargas para censurar a distribuição de informações. Diretrizes contava com grandes escritores como Jorge Amado, Álvaro Moreyra, Rubem Braga e Joel Silveira.

Em 1952 é lançada, pela Editora Bloch, a revista Manchete, que priorizava a fotografia e a ilustração, seguindo uma linha diferente das outras revistas citadas. As publicações eram voltadas para o grande público urbano e trazia curiosidades da cultura brasileira, sem muitos aprofundamentos.

Revistas Diversas

Em 1966, nasce uma revista que marca a história da imprensa do Brasil, a revista Realidade, que tinham suas reportagens pautadas pela objetividade da informação. Antes da revista ser lançada, a Editora Abril S.A. fez uma pesquisa para medir os efeitos da primeira edição e definir quem seria o púbico alvo a consumir a revista. Os resultados foram as classes A e B nortearam as publicações e concretizaram o seu sucesso.

Os jornalistas de Realidade, eram em sua maioria, militantes de partidos de esquerda que expressavam na linha editorial um espírito democrático que inspiravam o debate, mas sem ser partidário. As reportagens da revista eram sempre bem apuradas e editadas, atraindo o público que buscavam um tema de interesse específico.

A revista Realidade resistiu por um tempo a competição com os noticiários de TV, que mostravam o fato com a urgência do tempo real. Entretanto, não conseguiu sobreviver à crise do mercado editorial brasileiro, somado ao Ato Institucional AI-5, que institucionalizava as restrições à liberdade de imprensa no Brasil. Em 1976, a revista Realidade fechou com a edição número 120, mas ainda permanece na memória, como um marco na história das revistas no Brasil.

Nessa mesma época, o fundador da revista Realidade, Victor Civita, havia criado a revista Veja em 1968. Mas foi só depois de dez anos de sua primeira publicação, que a revista passou a gerar lucros. Antes disso, seus custos eram bancados pela revista Realidade. Depois da Veja, criou ainda a Isto é, Isto é Senhor, Afinal e Época, marcando a entrada das Organizações na Globo no mercado das revistas semanais de informação.

Nas décadas de 50 e 60 o surgimento das fotonovelas foi um grande sucesso de vendas no segmento de revistas. Com uma linguagem de fácil assimilação, elas cativaram rapidamente o gosto popular. Nesse ramo, destaca-se o surgimento da revista Capricho em 1952, com publicações quinzenais, ela chega a vender 500 mil exemplares. Contudo, na década de 1970, a revista começa a perder espaço para as telenovelas da televisão, e por isso, modifica a sua linha editorial, que passa a ser centrada no público adolescente.

Nesse mesmo período, entre 1950 e 1960, surgem as revistas de História em Quadrinhos, com destaque para autores como Ziraldo e Maurício de Souza com histórias do Pererê e Turma da Mônica, respectivamente. Nesse tempo as revistas se afirmam, definitivamente, como bons veículos de publicidade e propaganda.

O contexto social de desenvolvimento industrial propicia o surgimento de revistas segmentadas, voltadas para atender um público específico. Assim surgem a revista Manequim em 1959 e a revista Cláudia em 1961. Ainda na década de 50, com o crescimento da indústria automobilística aparecem a revista Quatro Rodas. A partir daí, várias revistas começaram a surgir, atendendo a demanda de grupos específicos, elas passaram a ter publicações cada vez mais segmentadas.

Texto reproduzido do site: revistas.com.br

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