História da Revista
As primeiras revistas chegaram no Brasil em meados do século
XIX, junto com a corte portuguesa. No entanto, a primeira revista brasileira
chamada “As Variedades ou Ensaios de Literatura” só veio a ser lançada no ano
de 1812 em Salvador e imitava os modelos das revistas estrangeiras. As suas
publicações traziam novelas de gosto comum, fragmentos de história antiga e
moderna e discursos sobre costumes e valores sociais, além de artigos de
estudos científicos e textos de autores clássicos portugueses.
Posteriormente, com a ajuda da elite intelectual, surgem
novas revistas. Algumas merecem destaque como “O Patriota” em 1813, Anais
Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura, em 1822, ambas lançadas no Rio de
Janeiro. Em 1827, surge o ramo de revistas segmentadas, ou seja, que são
especializadas em um gênero, com o lançamento da revista “O Propagador das
Ciências Médicas” com temas voltados para medicina e “Espelho de Diamantino”, a
primeira revista feminina brasileira. Esta tratava de assuntos variados como
arte, política e moda, de forma simplificada.
No século XX, a revista evolui e passa a publicar fotos em
suas edições, dando lugar à revistas ilustrativas. Em 1928, é lançada a revista
Cruzeiro pelo jornalista Assis Chateubriand, com publicações mensais. Ela
enfatizava grandes reportagens com apelo para as imagens, aproximando o
fotógrafo do fato e utilizando recursos do fotojornalismo. Em suma, a revista
trazia os principais fatos jornalísticas da semana, variedades e os avanços tecnológicos
no mundo pós primeira guerra, unido à uma boa diagramação, edição e ilustração.
Após poucos meses de seu lançamento, Cruzeiro já era um sucesso de vendas,
atraindo um público variado de leitores.
Em 1940, a revista “Diretrizes” era a principal concorrente
de Cruzeiro, principalmente pelos bons profissionais que compunham a redação da
revista. Ela tinha como foco principal a política e se posicionava contra o
regime de Vargas em pleno Estado Novo. Por esse motivo, muitas de suas matérias
geravam atritos com o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda implantado
por Vargas para censurar a distribuição de informações. Diretrizes contava com
grandes escritores como Jorge Amado, Álvaro Moreyra, Rubem Braga e Joel
Silveira.
Em 1952 é lançada, pela Editora Bloch, a revista Manchete,
que priorizava a fotografia e a ilustração, seguindo uma linha diferente das
outras revistas citadas. As publicações eram voltadas para o grande público
urbano e trazia curiosidades da cultura brasileira, sem muitos aprofundamentos.
Revistas Diversas
Em 1966, nasce uma revista que marca a história da imprensa
do Brasil, a revista Realidade, que tinham suas reportagens pautadas pela
objetividade da informação. Antes da revista ser lançada, a Editora Abril S.A.
fez uma pesquisa para medir os efeitos da primeira edição e definir quem seria
o púbico alvo a consumir a revista. Os resultados foram as classes A e B
nortearam as publicações e concretizaram o seu sucesso.
Os jornalistas de Realidade, eram em sua maioria, militantes
de partidos de esquerda que expressavam na linha editorial um espírito
democrático que inspiravam o debate, mas sem ser partidário. As reportagens da
revista eram sempre bem apuradas e editadas, atraindo o público que buscavam um
tema de interesse específico.
A revista Realidade resistiu por um tempo a competição com
os noticiários de TV, que mostravam o fato com a urgência do tempo real.
Entretanto, não conseguiu sobreviver à crise do mercado editorial brasileiro,
somado ao Ato Institucional AI-5, que institucionalizava as restrições à
liberdade de imprensa no Brasil. Em 1976, a revista Realidade fechou com a
edição número 120, mas ainda permanece na memória, como um marco na história
das revistas no Brasil.
Nessa mesma época, o fundador da revista Realidade, Victor
Civita, havia criado a revista Veja em 1968. Mas foi só depois de dez anos de
sua primeira publicação, que a revista passou a gerar lucros. Antes disso, seus
custos eram bancados pela revista Realidade. Depois da Veja, criou ainda a Isto
é, Isto é Senhor, Afinal e Época, marcando a entrada das Organizações na Globo
no mercado das revistas semanais de informação.
Nas décadas de 50 e 60 o surgimento das fotonovelas foi um
grande sucesso de vendas no segmento de revistas. Com uma linguagem de fácil
assimilação, elas cativaram rapidamente o gosto popular. Nesse ramo, destaca-se
o surgimento da revista Capricho em 1952, com publicações quinzenais, ela chega
a vender 500 mil exemplares. Contudo, na década de 1970, a revista começa a
perder espaço para as telenovelas da televisão, e por isso, modifica a sua
linha editorial, que passa a ser centrada no público adolescente.
Nesse mesmo período, entre 1950 e 1960, surgem as revistas
de História em Quadrinhos, com destaque para autores como Ziraldo e Maurício de
Souza com histórias do Pererê e Turma da Mônica, respectivamente. Nesse tempo
as revistas se afirmam, definitivamente, como bons veículos de publicidade e
propaganda.
O contexto social de desenvolvimento industrial propicia o
surgimento de revistas segmentadas, voltadas para atender um público
específico. Assim surgem a revista Manequim em 1959 e a revista Cláudia em
1961. Ainda na década de 50, com o crescimento da indústria automobilística
aparecem a revista Quatro Rodas. A partir daí, várias revistas começaram a
surgir, atendendo a demanda de grupos específicos, elas passaram a ter
publicações cada vez mais segmentadas.
Texto reproduzido do site: revistas.com.br
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